O dólar sobe nesta quarta-feira (6) diante da preocupação dos investidores com a cena fiscal e política local. A moeda norte-americana chegou a encostar em R$ 3,85 no início da sessão.
Por volta das 13h28 o dólar avançava 0,19%, cotado a R$ 3,8168 na venda. Na máxima até agora, chegou a R$ 3,8493. Veja mais cotações.
Na terça-feira, o dólar subiu 1,77%, vendido a R$ 3,8097. Foi o maior patamar de fechamento desde 2 de março de 2016 (R$ 3,8885).
O mercado monitora de perto o quadro político diante da incerteza de que um candidato comprometido com a agenda de reformas pode vencer a eleição presidencial de outubro e, dessa forma, promover o ajuste das contas públicas.
"O mercado está olhando muito para o (cenário) político e hoje é prova disso, com o exterior melhor e a gente aqui apanhando", afirmou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti, segundo a agência Reuters.
Intervenção do BC
Para conter a desvalorização do real, o Banco Central tem atuado no mercado cambial de forma mais intensa. Na véspera, fez intervenção adicional ao anunciar leilão de até 30 mil novos swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Entenda como funciona a intervenção no câmbio
Para esta quarta-feira, voltou ao padrão recente e já vendeu o lote integral de até 15 mil novos swaps, injetando US$ 4,116 bilhões neste mês no mercado.
O BC também ofertará até 8.800 swaps para rolagem do vencimento de julho. Se mantiver esse volume até o final do mês, rolará integralmente o volume de US$ 8,762 bilhões.
No exterior, o dólar caía ante a cesta de moedas e também ante moedas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Tesouro volta a atuar
As taxas dos contratos futuros de juros também estavam pressionadas diante do mau humor do mercado, mesmo com o anúnico do Tesouro Nacional de nova intervenção no mercado.
Numa tentativa de tentar aliviar essa pressão sobretudo sobre os DIs mais longos, o Tesouro anunciou que fará outros três leilões de compra de Notas do Tesouro Nacional - Série F (NTN-F)
A taxa do DI com vencimento em janeiro de 2027, que já havia avançado 0,54 ponto percentual na véspera, chegou a subir 0,88 ponto percentual na máxima desta sessão, antes de arrefecer um pouco o ritmo de alta.
“Claramente o humor mudou. Há uma visão negativa com o Brasil, com o cenário eleitoral e com a economia”, afirmou o economista-sênior do banco Haitong, Flávio Serrano.
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