BRASÍLIA — O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu pedido da defesa do ex-ministro petista Paulo Bernardo e determinou que a investigação sobre sua suposta participação em organização criminosa seja processada apenas na Corte. Há também um processo aberto contra ele na Justiça Federal paulista, mas Fachin entendeu que as acusações - envolvendo cobrança de propina no Ministério de Planejamento - estão relacionadas àquelas em tramitação no STF. Já as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro continuarão a cargo da 6ª Vara Federal de São Paulo.
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Bernardo e sua mulher, a senadora paranaense e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, são investigados em inquérito no STF. O processo, conhecido informalmente como "quadrilhão do PT", foi um dos abertos na Corte para investigar políticos de três legendas - além do PT, também PMDB e PP - acusados de desviar dinheiro de órgãos públicos e empresas estatais, como a Petrobras.
Em setembro do ano passado, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot denunciou oito petistas, entre eles Bernardo, Gleisi e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, pelo crime de organização criminosa. O valor da propina recebida pelos oito, segundo Janot, chegou a R$ 1,485 bilhão.
O procurador-geral apontou Lula como líder e "grande idealizador" da organização criminosa, devendo inclusive ser condenado a uma pena maior por isso. O grupo teria atuado de 2002, quando Lula venceu a eleição presidencial, a maio de 2016, quando Dilma deixou interinamente o cargo de presidente em razão do processo de impeachment no Congresso.
Depois, Fachin determinou a remessa da maior parte do inquérito para outras instâncias. Ele deixou no STF apenas o que diz respeito a Gleisi, que tem foro privilegiado, e ao marido dela, uma vez que as condutas dos dois estariam relacionadas entre si.
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