O candidato a deputado federal e ex-prefeito de Uberlândia, Gilmar Machado (PT), saiu do Presídio Professor Jacy de Assis na tarde desta quarta-feira (26), juntamente com os ex-secretários da Administração dele, Gercina Santana Novais e Alexandre de Souza Andrade. Todos foram beneficiados por alvará de soltura, sendo que Gilmar na terça e os demais nesta quarta.
O trio foi preso na última semana durante a operação do Ministério Público Estadual (MPE) denominada “Kms de Vantagem”, que investiga irregularidades em licitações do transporte escolar municipal na gestão do então chefe do Executivo.
Gilmar Machado
Segundo a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), no presídio Gilmar Machado estava em uma sala especial reservada para advogados e autoridades.
Após a prisão, a defesa do candidato a deputado federal impetrou um habeas corpus na 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte, que teve a liminar indeferida inicialmente. Contudo, na manhã de ontem, a defesa pediu a reapreciação do recurso e a liberdade de Gilmar foi concedida liminarmente às 18h pelo desembargador Octavio Augusto De Nigris Boccalini.
Essa foi a segunda prisão do político neste ano. Em abril, ele também foi investigado na Operação “Encilhamento”, da Polícia Federal, que apurou a aplicação ilícita de recursos do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Uberlândia (Ipremu) em fundos de investimento.
Até a publicação desta reportagem ainda não havia pronunciamento por parte da defesa ou assessoria referente à saída de Gilmar Machado do presídio.
Alexandre Andrade e Gercina Santana
Já o candidato a deputado federal Alexandre Andrade (PSB), durante o período que esteve preso nesta operação, estava em uma cela numa ala reservada com outros dois presos. A defesa dele entrou com pedido de habeas corpus no TJ, que foi concedido também em caráter liminar nesta quarta (26). Andrade saiu no início desta noite.
A assessoria de Alexandre Andrade enviou nota após a soltura do candidato a deputado federal. Veja a íntegra abaixo.
A ex-secretária de Educação, Gercina Santana, no tempo que ficou detida, permaneceu em uma cela da enfermaria, por ter curso superior. Ela teve o habeas corpus deferido pela Justiça e ficou em liberdade nesta quarta-feira.
Gercina ainda não se pronunciou após ter sido solta.
A operação
A Operação “Kms de Vantagem” foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia e resultou no cumprimento de 30 mandados de prisão temporária e preventiva, além de 31 mandados de busca e apreensão cumpridos em Catalão (GO), Goiânia (GO) e Porto Nacional (TO).
Conforme as investigações, que ainda não foram concluídas, um mesmo grupo econômico constituiu pelo menos seis cooperativas de transporte para concorrer a licitações em várias prefeituras, incluindo Uberlândia.
Além de alvos em Goiás, o órgão aponta que servidores e ex-gestores da Administração Municipal teriam conhecimento das irregularidades e, mesmo assim, deixaram o contrato ser concretizado. Alguns deles também teriam beneficiado os empresários com informações privilegiadas sobre a licitação.
Entre os crimes investigados estão organização criminosa, corrupção, peculato, fraude à licitação, uso de documento falso e lavagem de dinheiro.
Outros alvos
Também foram presos preventivamente em Uberlândia o ex-diretor de compras da Prefeitura, André Luiz Teles, o assessor de comunicação Cássio de Lima e o servidor Edgar Nogueira. Eles seguem detidos no Presídio Professor Jacy de Assis.
Há ainda recursos em trâmite no Judiciário para também ser concedida a liberdade provisória aos investigados. Dos presos temporários, oito deles tiveram a prorrogação da prisão deferida por mais cinco dias a contar desta terça-feira (25).
As assessorias e partidos dos políticos se pronunciaram por nota na última semana.
A reportagem também tentou contato com os advogados e representantes dos outros investigados no dia da operação, mas sem sucesso.
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