POLÍTICA
Brasil e Argentina revisarão tratado para acelerar extradição, diz Moro
Ministro da Justiça disse que objetivo é acelerar a comunicação entre os dois países. Ele citou caso Battisti como exemplo de lentidão no processo de extradição.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou nesta quarta-feira (16) que Brasil e Argentina vão assinar uma revisão do tratado de extradição entre os dois países, para acelerar o processo.

Ele falou com a imprensa após se reunir com o ministro da Justiça argentino, Germán Garavano, e com a ministra argentina da Segurança, Patrícia Bullrich. Uma comitiva oficial do país vizinho, comandada pelo presidente Maurício Macri, chegou a Brasília nesta quarta.

Moro chamou a revisão do tratado de um "aprimoramento". De acordo com o ministro, o processo de extradição "será adiantado".

"Às vezes tem uma situação urgente. Precisa prender o cara. E, se você seguir o canal diplomático, acontece igual o Battisti", afirmou o ministro, numa referência ao caso do italiano Cesare Battisti. Ele teve a extradição do Brasil autorizada em dezembro, mas fugiu para a Bolívia, onde foi preso no último fim de semana e enviado para Itália.

Segundo Moro, a revisão do tratado vai dar celeridade aos trâmites jurídicos e permitir uma comunicação mais rápida entre os dois países.

"O que existe é um tratado de extradição um pouco antigo. Feito em outra época. As formas de comunicação hoje são outras e há percepção de que há uma necessidade de sempre agilizar esse mecanismo de cooperação. Esse tratado vai permitir uma comunicação mais rápida entre os dois países", disse o ministro.

Extradições para a Argentina

Nos últimos anos, o Brasil autorizou ao menos três extradições para a Argentina, a pedido do governo do país vizinho. Os três casos passaram pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A primeira dessas extradições, em 2009, foi a do major uruguaio Manuel Juan Cordeiro Piacentini. Ele foi acusado, na Argentina, de ter participado da Operação Condor, formada nos anos 70 para reprimir a oposição a regimes militares da América do Sul.

Em 2011, o STF autorizou a extradição do major do Exército argentino Norberto Raul Tozzo, acusado de participar da execução de 22 presos políticos.

Em 2012, foi autorizada a extradição de Cláudio Vallejos, acusado de tortura, homicídio, sequestro qualificado e desaparecimento forçado de pessoas durante a ditadura militar da Argentina.

16/01/2019
Fonte: Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília
 
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