Os corpos do escalador capixaba Fabrício Amaral e pelo amigo dele, o também escalador Leandro Iannotta, foram encontrados na Patagônia Argentina. A informação é do Consulado do Brasil em Buenos Aires, que segundo a irmã de Fabrício, Luciana Amaral, foi passada à família.

A irmã fez uma postagem em rede social dando a notícia e também agradecendo aos que rezaram pela família.

A informação chegou à família no domingo (3) e a última atualização era de que o resgate dos corpos estava sendo planejado, por estarem em um local de difícil acesso. A reportagem entrou em contato com o Itamaraty e aguarda mais informações sobre os próximos passos.

Desaparecimento

Fabrício embarcou no Aeroporto de Vitória com destino à Argentina no dia 28 de dezembro de 2018. No dia 16 de janeiro, os dois amigos começaram a subida no Monte Fitz Roy e o planejamento era para que no dia 20 retornassem para a sede do parque. Mas no dia 19, uma frente fria muito severa atingiu a montanha.

Escalar as paredes quase verticais do Fitz Roy exige muita técnica e os montanhistas brasileiros, com mais de 20 anos de experiência, sentiam que estavam preparados para enfrentá-las.

De acordo com a irmã de Fabrício, Luciana Amaral, o último contato com a família e com os amigos foi no dia 15 de janeiro, um dia antes de começarem a escalada do pico.

As buscas pelos amigos começaram em 21 de janeiro, mas a operação precisou ser suspensa na tarde do dia 22. Um dos socorristas da equipe sofreu um grave acidente.

Perigo

A namorada de Fabrício, Maiza Baratela, contou que essa era a segunda tentativa da dupla de escalada até o cume do Fitz Roy. No dia 13 de janeiro, eles chegaram até a base do monte, mas precisaram retornar porque o tempo mudou.

E esse é o fator que torna o Fitz Roy uma das montanhas mais perigosas do mundo. Montanhistas contam que acontecem mudanças repentinas de tempo e as temperaturas baixam rapidamente para cerca de -15ºC, com ventos de até 140 km/h.

Foi também o que tornou mais difícil e demorada a retomada das buscas. Desde o acidente com o socorrista, em 22 de janeiro, o tempo piorou e as buscas só foram retomadas no dia 2 de fevereiro, quando os corpos foram localizados por resgatistas, conforme informou o Consulado à família de Fabrício.