TRIÂNGULO MINEIRO
Possível aliciamento de trabalhadores para as obras do Sistema Capim Branco em Uberlândia é investigado
Segundo divulgação do Ministério Público do Trabalho, os operários saíram do Nordeste com promessas e ainda não foram contratados.
Uma denúncia de que cerca de 30 trabalhadores teriam sido aliciados para trabalharem em Uberlândia é investigada pelo Ministério Púbico do Trabalho de Minas Gerais (MPT-MG). Conforme divulgação no site do órgão, os operários são de estados nordestinos, como Maranhão e Piauí.

Ainda de acordo com o MPT-MG, as denúncias dão contam de que os trabalhadores saíram das cidades de origem com promessa de trabalho na construção do sistema de captação e tratamento de água de Capim Branco, porém, chegando ao município, tiveram a frustração. Isso porque os operários estão em Uberlândia há vários dias e, até o momento, não foram contratados.

O MPT-MG também afirma que eles arcaram com as despesas relacionadas a transporte e que têm bancado as de alimentação. Ao Ministério Público, muitos disseram que não têm dinheiro sequer para retornar às cidades de origem.

"Para contratar empregados em outros estados uma empresa precisa formalizar o contrato na cidade de origem do trabalhador e obter a guia para transporte dele, de modo que este já faça o deslocamento com as garantias legais, inclusive proteção em caso de acidente durante o percurso. O deslocamento informal pode caracterizar aliciamento. É o que estamos investigando neste caso”, explicou o procurador do Trabalho Paulo Veloso.

Para esta terça-feira (19) estava marcada uma audiência na Procuradoria do Trabalho em Uberlândia com o Consórcio BT Convap Completa (BCC), responsável pela obra de construção do sistema de captação Capim Branco. Contudo, a audiência foi adiada para às 10h30 desta quarta-feira (20), no Ministério Público do Trabalho. De acordo com Veloso, durante esse período, a empresa responsável pela obra se comprometeu a fornecer a alimentação para os trabalhadores.

Ainda conforme o procurador do Trabalho, a investigação ainda está em curso, mas “elementos indicam sim a ocorrência de arregimentação de mão de obra”.

Veloso explicou que trabalhadores que vieram na primeira turma conseguiram o emprego. O problema denunciado foi identificado na segunda turma de operários vindo do Nordeste.

Sobre a situação, o G1 entrou em contato com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) e a assessoria informou que não irá se posicionar sobre o caso já que a contratação de operários para as obras é de responsabilidade do consórcio vencedor da licitação. Além disso, informou que o Dmae não foi notificado nem convocado para a audiência desta terça-feira.

A reportagem também entrou em contato com o consórcio via telefone e e-mail, mas até a publicação desta matéria não houve retorno sobre o caso.

20/03/2019
Fonte: Paulo Borges, G1 Triângulo Mineiro
 
PUBLICIDADE
Jornal Regionall de Perdizes - www.jornallregionall.com.br - Todos os direitos reservados - 2017