TRIÂNGULO E ALTO PARANAÍBA
Volume de água em hidrelétricas instaladas no Triângulo Mineiro tem caído gradativamente
Redução dos níveis nos reservatórios de Emborcação, Marimbondo, Nova Ponte e São Simão começou em julho deste ano.
O volume de água nos reservatórios das hidrelétricas Emborcação, Marimbondo, Nova Ponte e São Simão, todas instaladas na região do Triângulo Mineiro, vem caindo gradativamente desde o mês de julho deste ano. Os dados foram consultados pelo G1 no site do Operador Nacional do Sistema (ONS). A situação é recorrente todos os anos durante o período de estiagem, em razão da falta de chuvas.

O volume do reservatório de Emborcação, que fica em Araguari, é de 17.724,72 hm³. Conforme a última atualização, acessada na quinta-feira (5), o volume útil atual é de 35,87%. No ano, o maior volume registrado foi em junho, quando estava em 45,45%.

A usina de Marimbondo, uma das mais importantes do subsistema Rio Grande, está entre as cidades de Fronteira (MG) e Icém (SP). Atualmente, o volume útil está em 36,88%; no ano, até o momento, o maior volume registrado foi de 90,68% em maio. É a hidrelétrica do Triângulo Mineiro que teve a maior queda do volume útil. A usina de Nova Ponte entrou em operação em janeiro de 1994 e é formada pelo Rio Araguari. Ela tem área da bacia de drenagem de 15.358 km². O volume útil atual é de 39,99%, enquanto em junho, o volume era de 44,33%, o maior de 2019 até agora.

Localizada em Santa Vitória (MG) e São Simão (GO), a hidrelétrica de São Simão tem volume útil atual de 49,03%. O maior do ano foi registrado em fevereiro, quando o nível estava em 84,61%. Conforme a ONS, mesmo que este ano a quantidade de chuva esperada para aumentar o volume nos reservatórios não chegue até setembro e a estiagem estique novamente até outubro, diferentemente dos mananciais para abastecimento municipal, as hidrelétricas têm um sistema nacional interligado.

Por isso, mesmo que uma represa localizada no Triângulo Mineiro esteja abaixo do volume ideal, o sistema não é prejudicado, pois outros reservatórios com níveis melhores auxiliam na geração de energia.

Nível abaixo da média

Emborcação, Marimbondo, Nova Ponte e São Simão fazem parte do subsistema Sudeste e Centro-Oeste, que são as duas regiões responsáveis por cerca de 70% de toda a energia produzida no país. Em maio, o G1 mostrou que volume de água que chega aos reservatórios das hidrelétricas instaladas nessas regiões ficou abaixo da média histórica nos últimos cinco anos.

De acordo com o ONS, ainda não há risco de falta de energia, mas a situação vem deixando as contas de luz mais caras.

Menos chuva

A redução no volume de água começou em 2014 e é reflexo direto das chuvas registradas abaixo do normal nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Naquele ano, os reservatórios receberam água equivalente a 67% da média histórica e chegaram a ficar com nível de armazenamento mais baixo que em 2001, quando o país passou por um racionamento de energia.

O racionamento só não ocorreu em 2014 porque o Brasil contava então com um número maior de termelétricas (usinas geradoras de energia a partir da queima de combustível, como óleo e gás natural), que substituíram parte da geração hidrelétrica. Nos anos seguintes, o volume de água que chegou aos reservatórios aumentou um pouco, mas se manteve, até 2018, abaixo da média histórica.

Os dados do ONS apontam para o risco de que o problema volte a se repetir em 2019: os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste receberam água abaixo da média entre janeiro e abril, período de chuva mais abundante nas duas regiões. O período seco vai de maio a outubro.

09/09/2019
Fonte: G1 Triângulo e Alto Paranaíba
 
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